segunda-feira, 5 de maio de 2014

Uma ode às palavras

Olhares vão,
Olhares vêm.
Palavras que apenas estão,
Sem saber ao certo com quem.

A alma nunca é pequena,
Mesmo se algo não vale a pena.
Então corre, princesa.
Eu estarei aqui, com certeza.

O caminho é longo;
A estrada, estreita.
O tempo é curto,
Mas pode falar, eu te escuto.
E te beijo, e te abraço, e te ajudo.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Desentitulado


No pensamento, uma imagem:
Aquele rosto lindo, desconhecido.
Noites e noites sonhando com ela,
Coisas impossíveis,
Jamais realizadas.

A distância que ainda não sabe medir
Parece cada vez maior...
As incertezas que os cercam
Criam uma enorme confusão.

“Como te encontrar? Como te conquistar? Onde está você?”,
São as dúvidas que não deixam seu coração em paz.
O medo de perdê-la – mesmo sem tê-la achado –
Faz-lhe refletir sobre como poderá viver sem ela ao seu lado.

Naqueles olhos (quais?), dizeres únicos que dispensam palavras.
Na noite escura, um coração apaixonado...
Alma gêmea.

Gostaria de se desligar, mas como fazê-lo?
O gosto de seu beijo ainda não sentiu,
E os sussurros que não ouviu o encantam...
Entre quimeras e realidade, resta-lhe fechar os olhos,
Sonhando com seu toque...

Graça de princesa,
Olhos de mulher.
Talvez ela nunca saiba
Que ele estará lá, distante...
... Sempre pra ela.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Uma dose de delírio e realidade

Cabelos negros, sedosos, razoavelmente compridos, olhos cor de mel pendendo para castanho, pele macia e bem tratada, sorriso e expressões faciais hipnotizantes. Estonteante. Talvez assim se defina a beleza daquela garota. Talvez. Se não for exatamente isso, é um algo um pouco mais intenso. Bem mais intenso.

Muito intenso também era o sentimento que ela despertava naquele rapaz. Ele fazia mil planos de como agir em sua presença, ali, todos os dias, naquele ambiente. Porém, sempre que era para executar o que foi anteriormente arquitetado, acabava por fazer tudo diferente. Surpreendia a si mesmo. Surpreendia a ela. Travavam longos papos sobre diversos assuntos...

Os dias passavam, e ele não sabia como agir para que conseguisse o que queria, por ter o máximo cuidado para não arruinar o que já havia construído, para não regredir no caminho que já havia percorrido. Ele, estranhamente, sentia-se tão próximo e tão distante dela, ao mesmo tempo.

Certo dia, percebeu que não haveria chances de alguma coisa acontecer se não falasse com ela o que sentia. Além de dizer tudo o que estava preso consigo há tempos, foi além: a beijou. Num primeiro momento, ela quis se afastar, assustada que ficou, não esperava por aquilo, mas retribuiu o carinho. Pediu um tempo a ele, para que pudesse refletir sobre a forma como as coisas aconteceram, muito rapidamente, e que daria um retorno assim que chegasse a uma conclusão, qualquer que fosse. O rapaz aceitou, apesar de saber que seriam tempos angustiantes esses de espera.

A primeira semana passara sem que ela aparecesse por lá, permitindo-o pensar em mil e uma possibilidades negativas. Cogitou a hipótese de entrar em contato, mas preferiu mesmo esperar.

9, 10 dias... Não ligava, não aparecia... Enquanto isso, o rapaz apenas escrevia, tocava e cantava (era uma forma de fazer o tempo passar mais rápido. Contudo, sem esquecê-la por um minuto que fosse).

14 dias... Completaram-se exatas duas semanas. Ele estava deitado, nem dormindo, nem acordado. Duas e quinze da madrugada. Toca seu celular. Ele atende. Era ela. Voz doce, suave, delicada como a dona... Queria encontrá-lo na manhã do dia seguinte. Ficou extremamente animado, mas não se levantou.

Passaram-se mais algumas horas, novamente seu celular toca. Dessa vez, não era ninguém, apenas o despertador. Aturdido, abriu os olhos. Sentada à beira da cama, a observá-lo, estava ela. Levantou-se, ainda mais confuso. Para ter certeza de que aquilo era verdade, a tocou, a beijou, a amou novamente, como aquela vez, no sonho.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Apenas um devaneio

Olhos fechados,
Punhos cerrados,
Boca entreaberta,
Tensão,
Coração pulsante.

Seria só mais uma noite,
Mas não: ela estaria lá.
Estaria mesmo?
Ele não sabia mais.
Virou as costas e saiu.
Na rua, indeciso, parou.
Olhou para a casa, a festa começara.

Desapontado, foi ao bar.
Tomou alguns drinques, saiu.
De volta às ruas, perdido,
Sentou-se na calçada.
Pensando nela, adormeceu.

Quando acordou, já era dia.
Sentia a cabeça doer...
Virou para o lado,
Se enrolou em seus lençóis,
E voltou a dormir.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Olhares e sorrisos

Universidade, movimentação constante de pessoas durante o intervalo. Primeira semana de aula, e o rapaz já havia sofrido com os inevitáveis trotes (teve seus cabelos cortados e a cabeça pintada com umas cinco cores, bem como sua roupa – além do rosto, que recebeu escritos ininteligíveis de tinta guache, ou semelhante).

O rapaz se sentia deslocado. Porém, já teve um momento que mexeu com ele: uma das garotas que estavam organizando o trote e bagunçando com as pessoas, o deixou sem reação, com a guarda baixa enquanto era “apunhalado” por ela durante a brincadeira que os calouros sempre sofrem. Loira (mas com os cabelos chamuscados de tinta especial verde), pele clara e delicada como seda (mas com rosto e braços rabiscados), calça e camiseta rasgados... E ele ainda pôde vislumbrar seus belos olhos azuis, que mais pareciam faróis de tanto brilho que irradiavam. Seria normal se seus traços estivessem escondidos sob essa “penumbra de balbúrdia”.

Seria o normal. Mas não com ela. Corpo delineado para chamar a atenção de todos. O garoto simplesmente estava disponível para qualquer brincadeira que a garota quisesse fazer com ele, inclusive empurrá-lo na piscina do campus.

Passados os primeiros dias, sempre desorganizados e de chatas apresentações, o garoto continua com um único norte. Só tinha olhos para ela, a loira do trote – agora, com suas roupas normais, suas maquiagens, seus batons, seus saltos altos, seus colares, seus anéis... Se no dia trote o rapaz já ficou deslumbrado com sua beleza, agora estava mais embasbacado do que nunca.

Queria conversar com ela (que fazia um curso diferente do seu) durante os intervalos, mas, por estar sempre rodeada de amigas e amigos, isso se tornava um tanto complicado para ele e para qualquer um que quisesse se aproximar.

Era a garota mais bela do recinto. Chamava para si os holofotes, mas parecia não ligar para isso (prova disso é que era solteira – havia recém terminado uma relação de 2 anos).

Todos os dias, ele se sentava à porta da biblioteca, num corredor que dava de frente para a lanchonete onde a menina de seus olhos se sentava todos os dias para se alimentar e prosear com sua turma. Punha-se a folhear livros que nunca leu. Na verdade, ele estava à espera do dia e do momento exato para se aprochegar à moça. Mas isso parecia impossível...

Cansado de esperar, na semana seguinte, foi até o balcão da lanchonete e pediu um café. Desta feita, ela estava apenas com uma amiga e sentada nos bancos do mesmo balcão em que ele se encontrava, a poucos metros de distância. Propositalmente ou não, quando o café lhe foi servido, de um jeito atabalhoado, ele o derramou sobre o mármore... Sem jeito, mas já arrancando um sorriso delicado de quem menos esperava, pegou panos e limpou a sujeira que fez.


A partir daí, desenvolveu-se o tão sonhado diálogo com a bela garota – ainda não da forma como ele queria, mas já era um bom (apesar de atrapalhado) começo. Falou-se sobre acidentes do dia a dia, como esse que acabaram de presenciar. Gargalhadas rolaram à beça. A amiga da moça (que também era de um curso diferente) voltou para a sala mais cedo, pois tinha tarefas a terminar. Finalmente, estavam a sós. Finalmente ele pôde olhar naqueles olhos da forma como queria, de uma maneira carinhosa, misteriosa e, ao mesmo tempo, “desafiadora”... Foi o primeiro momento verdadeiramente juntos. O primeiro de muitos, mas ele jamais se esquecerá daquele dia.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Dele para ela

Deita de um lado, pensa nela.
Vira para o outro, pensa nela.
Levanta e lava o rosto, pensa nela.
Abraça o travesseiro, pensa nela.
Debruça-se na janela, pensa nela.
O sono não vem.
Ele não a tira da cabeça.
Os ponteiros avançam no relógio,
Que já marca três horas da madrugada.
E ele... bem, está pensando nela.
Senta na poltrona para ver um filme, que o faz lembrar-se dela.
Abre um livro de poemas, pensa nela.
Escreve poemas para ela.
Vai para a frente do espelho. Declama os poemas (como se o fizesse para ela).
Tentando a sorte novamente, se deita.
O sono chega, sorrateiro, e o envolve (junto com seus pensamentos).
Finalmente, dorme.
Em poucos instantes, estaria sonhando com ela...

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Pequeno ensaio sobre o nada

Sem ter para onde ir,
Parou naquela esquina.

Uma garrafa quebrada,
Cacos espalhados por todo lado...
Tocos de cigarros aos montes,
Asfalto cheio de escritos,
Desenhos parecidos com hieróglifos,
Feitos por mentes perturbadas.

Madrugada de diversão,
Perdição.
Amizades encarreiradas,
Sequenciais.

No meio dessa bagunça,
Um papel.
Escritos ininteligíveis,
Tais e quais estas mal traçadas linhas.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Um olhar bastaria...

Era o ensino médio, época em que os hormônios estão aflorados nos adolescentes, sempre difíceis de controlar nesta fase da vida.

Como acontece em todas as escolas, naquela classe havia diversos tipos de pessoas: os arruaceiros, os quietos, os tímidos (porém falantes), os nerds (ou melhor, a nerd, neste caso), os esportistas, enfim, uma variedade de personalidades juntas no mesmo ambiente, todos os dias.

O garoto descolado, e a garota tida por todos – ou quase todos – como nerd...

Os dois se cruzaram, certa vez, no corredor da escola... Quando parecia que os olhares iriam se cruzar, ela desviou... “Não posso me iludir... Sinto que ele é tudo o que eu sempre quis, mas nunca ele vai querer algo com uma pessoa como eu”.

Por ter desviado o olhar, ela não percebeu... Ele também não a encarou. “Essa garota, linda e inteligente, charmosa que só ela com esses óculos, jamais quereria ficar comigo, apenas um rapazote que faz alguns gols nas aulas de Educação Física...”.

Seguiram assim, sem saber que apenas um olhar bastaria...